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segunda-feira, 26 de abril de 2010


Talvez tu nunca venhas a entender, mas eu já estou acostumado com a minha condição de incompreendido. É que tu não sabes como é frio o lugar de onde eu venho. É que tu não sabes como doem esses pontos ainda não-cicatrizados. É que não se passa pela tua cabeça que, toda vez em que abro meus braços, sinto esses pontos hesitando em permanecerem fechados, sinto as costuras esgaçadas, sinto o ar que faz arder minhas entranhas, sinto a dor de afogar de novo naquele mar salgado que por tanto tempo me privou de cravar os pés em terra firme. E hoje eu tenho um medo enorme do mar. É quase de manhã, faz frio, e não há sol que seja capaz de derreter todo esse gelo antes da noite chegar. (Texto por Beeshop)

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